Olá
Vamos conhecer um pouco mais sobre esse assunto infertilidade feminina, pois atualmente estima-se que 15% dos casais sejam inférteis, e a infertilidade feminina pode ter origem em doenças como endometriose, ovários policísticos e miomas.
A infertilidade é uma condição médica comum, pois estima-se que cerca de 15% dos casais heterossexuais (cerca de oito milhões de pares) tenham alguma dificuldade para engravidar. São considerados nessa estimativa aqueles que tentam engravidar e que não consigam fazê-lo após um ano de relações sexuais regulares sem o uso de métodos contraceptivos.
De acordo com a Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), doutora em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo, a infertilidade afeta igualmente homens e mulheres e 80% dos casos têm uma causa conhecida – os outros 20% têm origem desconhecida. “Uma investigação sobre as causas da infertilidade é recomendada somente após um ano de tentativa sem sucesso. Na mulher, a infertilidade pode ocorrer por problemas, como endometriose, presença de ciclos anovulatórios, alterações hormonais, da anatomia das trompas, síndrome dos ovários policísticos, miomas e pólipos no endométrio”.
Para saber mais sobre o assunto com a especialista, que relata em detalhes os tratamentos mais indicados para combater a infertilidade. Leia abaixo a íntegra da entrevista.
1.Por quanto tempo um casal pode tentar uma gravidez antes de partir para a investigação da dificuldade da mulher engravidar?
Se a mulher tem menos de 40 anos de idade, a investigação é feita somente após um ano de tentativa. Acima de 40 anos, esta investigação pode ser mais precoce.
2.Quando o casal deve procurar tratamento para a infertilidade?
Na presença de uma infertilidade sem causa aparente, idade avançada da mulher (acima de 40 anos), obstrução das tubas uterinas bilateralmente, endometriose avançada, má resposta ovariana por alterações hormonais descompensadas, são algumas situações nas quais o tratamento assistido pode ser necessário.
3.Quais as chances do problema ser da mulher? E do homem?
Em geral, 40% das causas são femininas, 40% masculinas e 20% são os casos de infertilidade sem causa aparente.
4.Quais os tratamentos para infertilidade e qual deles apresenta melhores resultados?
Há vários tipos de tratamento de acordo com a complexidade. O menos complexo é a indução da ovulação, que necessita haver a integridade das tubas uterinas da mulher para ser realizada. Neste caso, faz-se a administração de hormônios no organismo feminino para aumentar a quantidade de óvulos produzidos nos ovários. No entanto, esta estimulação deve ser pequena e bem controlada a fim de produzir, no máximo, dois a três óvulos neste processo.
O outro tratamento é a inseminação intra-uterina. Neste caso, necessita-se também da integridade das trompas, porque fazemos uma estimulação ovariana muito semelhante à indução da ovulação e, no momento correto, colocamos o sêmen do parceiro processado em laboratório diretamente dentro da cavidade uterina.
Os tratamentos de reprodução assistida de maior complexidade são a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intra-citoplasmática de espermatozóides (ICSI). Nesta última, estimulamos a ovulação com uma quantidade bem maior de hormônios (a fim de serem produzidos o maior número de óvulos possíveis), introduzimos dentro de cada óvulo um espermatozóide para formar os embriões (ICSI) e os transferimos diretamente para a cavidade uterina, melhorando assim as taxas de sucesso.
5.Qual a importância da vídeolaparoscopia na detecção da infertilidade?
A laparoscopia é importante em casos de infertilidade cuja causa seja tratável pela cirurgia. Pode ser útil no tratamento de pacientes com endometriose e com síndrome dos ovários policísticos que não respondem ao tratamento com medicamentos, ou com miomas uterinos. Situações de não-implantação do embrião na cavidade uterina por presença de pólipo de endométrio ou miomas, deverão ser tratados através da videohisteroscopia.
6.Quais os riscos que a mulher corre durante um tratamento para a infertilidade?
O maior risco é a hiperestimulação dos ovários durante o uso das medicações hormonais usadas para induzir a ovulação.
Esta pode significar uma situação de risco à vida da mulher caso seja negligenciada pelo médico.
7.O que a Medicina Reprodutiva tem constatado em relação à infertilidade feminina?
Cada vez mais as mulheres têm engravidado em idades mais avançadas. Com isso, as dificuldades são maiores, as chances de uma gestação natural são menores e há um aumento da chance de ocorrerem algumas doenças ginecológicas que podem atrapalhar ou gerar uma dificuldade de gestação, como endometriose e miomas uterinos.
8.E quando um casal apresenta um quadro de ótima saúde e não consegue engravidar, qual o tratamento mais indicado?
Em primeiro lugar, precisamos descartar todas as causas possíveis de infertilidade neste casal. Caso não cheguemos a nenhuma causa, caracterizamos este casal como possuindo uma infertilidade sem causa aparente. Num quadro como este, o melhor tratamento é a reprodução assistida através da técnica de ICSI.
9.Existem casos onde a dificuldade de fertilização pode ser influenciada pelo ritmo de vida, alimentação, estresse ou algum outro fator do ambiente?
Todos estes fatores podem diminuir as chances de sucesso não somente de uma gestação natural, como em tratamentos de reprodução assistida. Isto acontece por fatores como estresse e alterações ambientais, que causam uma diminuição da imunidade da mulher e influenciam negativamente na estabilidade hormonal, o que atrapalha no sucesso em se alcançar uma gestação.
10.Como a pílula ou outro método anticoncepcional pode dificultar a gravidez, depois da suspensão de uso do tratamento?
Em geral, tanto a pílula quando outros tratamentos contraceptivos afetam pouco o retorno a fertilidade da mulher. Neste caso, a pílula pode atrasar no máximo de três a seis meses o retorno das ovulações. Isto já não acontece diante do uso de métodos não hormonais ou do DIU medicado com progesterona.
A Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844) - É graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). É membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade de Ginecologia do Estado de São Paulo (FEBRASGO/ SOGESP) e membro da Associação Americana de Laparoscopia Ginecológica (AAGL). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês.
O Centro de Endometriose São Paulo conta com serviços voltados à assistência global da saúde da mulher e valorização da beleza feminina. A iniciativa deste projeto pioneiro é da Dra. Rosa Maria Neme, que possui diversos trabalhos publicados sobre a endometriose e larga experiência no tratamento desta doença. Ela lidera uma equipe clínica formada por médicos e profissionais nas áreas de ginecologia, radiologia, cirurgia do aparelho digestivo, urologia, clínica geral, anestesia especializada no tratamento de dor, dermatologia, fisioterapia, nutrição e psicologia.
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