Foi-se a época em que o mundo do futebol, meio tradicionalmente machista, se mantinha longe da cor conhecida como símbolo feminino. Parece notícia de primeiro de abril, mas o cor de rosa definitivamente vem tomando conta do esporte, agradando ou não àqueles que ficaram para trás, em um tempo onde homem não usava rosa.
Sejamos justos: esse flerte com a cor não é novidade para um dos times que ostenta uma camisa rosa. O Palermo, tradicionalíssimo clube italiano, sempre teve o rosa como cor de sua camisa, e a cor também está presente em seu escudo. Quem diria que a tendência, tantos anos depois, se espalhasse pelo resto do mundo?
Copenhagen (Dinamarca), Everton (Inglaterra), Sport Boys (Peru)e Benfica (Portugal), desfilam tons do rosa bebê ao pink em suas camisas. Até a seleção Irlandesa ganhou uma camisa especial para amistosos, feita no mais puro rosa-shocking!
E quem achou que o Brasil estava distante dessa moda, se enganou! O Atlético Mineiro lançou, no ano passado, sua camisa cor de rosa pálido pra ninguém botar defeito!
E não é só na camisa que a simpatia pelo rosa tem se mostrado. Lá fora e também no Brasil, as chuteiras da moda vão do rosa-chiclete ao pink-sem-dó! O veterano em calçá-las foi o francês Ribéry, mas em muito pouco tempo, foi seguido por seus colegas de esporte.
Por mais que os principais motivos do modismo envolvam estratégia de marketing e também o apoio da Nike à campanha contra o câncer (de símbolo rosa), vamos dar o crédito da autenticidade e do bravo combate ao preconceito a um precursor do rosa no futebol brasileiro, o árbitro Clésio Moreira dos Santos, o Margarida (mesmo apelido de outro árbitro, Jorge José Emiliano dos Santos). Comandando 22 homens em campo, e milhões fora dele, o árbitro não diminuía sua autoridade mesmo vestindo um uniforme rosa.
É importante também lembrar que, no momento, o machismo do futebol vem sofrendo golpes fatais, que contribuem para que o esporte venha se tornando mais flexível. Seja pelos jogadores que enfrentaram o preconceito de frente assumindo a homossexualidade, seja pelos clubes que passaram recentemente a ter mulheres em sua presidência, seja pelo prestígio do futebol feminino e de expoentes como a jogadora brasileira Marta (eleita 5 vezes como melhor jogadora de futebol do mundo pela Fifa), o futebol resolveu assumir em si mais cores, se tornando não só um clube do Bolinha, mas um ESPORTE, com todo caráter inclusivo e democrático que deve ter.
Para finalizar, vamos alertando que os homens definitivamente descobriram o rosa, e que ele não está só triunfando no futebol! Já deram uma olhadinha nas luvas usadas pelos jogadores da NFL?
E o que dizer do calção PINK usado pelo lutador da UFC Phil Davis?
Se depois disso alguém ainda acha que rosa é cor de menina, esse alguém anda precisando rever seus conceitos!
OBS: esse artigo foi escrito com a inspiração e imensa colaboração do nosso consultor para assuntos esportivos e expert em futebol, Cristiano Moura que, por acaso, é meu namorado! Obrigada, amor! Ótima idéia!
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